[a quente]
Pensei que não havia greves no país da liberdade. E já não havia uma há 25 anos, mas tinha logo que ser este ano, e no Inverno.
As greves nos transportes públicos são ilegais em Nova Iorque, e não se comemora o 1º de Maio no país que o criou. (o "May-Day", ou "Commie-Day").
Esta greve dos transportes não é como as greves mariquinhas da Europa. Há 25 anos, durou 11 dias. E por cada dia de greve, cada trabalhador tem que pagar uma multa de dois dias de salário. E mesmo assim está tudo paralisado. Concorde-se ou não com os motivos, estes gajos têm tomates.
O presidente do sindicato parece o Bob Marley a falar.
E é incrível que na cidade mais dinâmica do Ocidente haja um organismo estatal, centralizado, com a capacidade de parar tudo e todos.
De manhã, incrédulo, saí de casa à hora normal. Uma enorme bicha de carros e táxis prolongava-se ad infinitum, até downtown. Decidi segui-la, mas logo fui abordado "Hey, vais para baixo? queres boleia?" Era um tipo numa carrinha preta enorme. Para entrar em qualquer rua abaixo da 96, é preciso ter 4 passageiros (parte do contingency plan). Por isso, como moro pela 124, foi fácil encontrar quem me levasse. Mas deixou-me na 69, e o trabalho é na 14... E durante a viagem, o rapaz ainda teve que ouvir do patrão e despedir-se do trabalho (!), até que chegámos à 7o e o trânsito pura e simplesmente bloqueou. Gente a sair dos táxis, dos carros, etc e a caminhar. Lá decidi ir até casa e subir 50 quarteirões a pé. Fucking strikers.
20 de dezembro de 2005
there's a strike - and I'm pissed
posto pelo Alexandre às 21:03
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